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Por que fazer Psicoterapia?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pós pandemia de covid-19 os casos de depressão e ansiedade tiveram um aumento de 25%. Olhando mais especificamente para o Brasil, nosso país apresenta a maior prevalência de depressão na América Latina.



Para se ter uma ideia do impacto disto na nossa sociedade, informações disponíveis no datasus apontam que o número de óbitos por lesões autoprovocadas dobrou nos últimos 20 anos: subindo de 7 mil para 14 mil. Ainda olhando para o contexto Brasil, dentre as pessoas afastadas do trabalho recebendo auxílio-doença, 30,67% apresenta episódios depressivos e 17,9% sofre com algum transtorno ansioso.


Apesar dos dados alarmantes, do recente aumento da procura por psicoterapia e das diversas iniciativas em prol do cuidado em saúde mental no Brasil atualmente, fazer psicoterapia ainda ativa muitos preconceitos por grande parte da sociedade. A busca por atendimento psicológico ainda é associada à ideia da “loucura” e “anormalidade”. Além disso, ainda há desinformações e crenças errôneas sobre o processo psicoterapêutico e experiências negativas de alguns pacientes em atendimentos com terapeutas que não têm competências clínicas adequadas. Tudo isso influencia para que pessoas evitem procurar ajuda qualificada para cuidar da saúde mental.


Psicoterapia para idosos
Psicoterapeuta atendendo idosa no consultório

Para quem é indicado fazer psicoterapia? Será que ela necessária apenas para pessoas com diagnósticos de transtornos mentais?


Fazer psicoterapia não é exclusivo para pessoas que já apresentem algum diagnóstico ou estejam em grande sofrimento psíquico. Mas sim, ela é indicada para qualquer pessoa que deseje cuidar da sua saúde mental, trabalhar questões que lhe causem dificuldades, que esteja em busca de seu desenvolvimento pessoal e do aprimoramento de suas capacidades, visando à satisfação pessoal, uma melhoria no seu bem-estar e na sua qualidade de vida.  


Todas as psicoterapias são iguais? Será que posso escolher qualquer uma e irei melhorar? 


É importante apontar que não existe apenas um tipo de psicoterapia, mas sim diversas abordagens, como a Terapia Cognitivo-Comportamental, a psicanálise, humanista/existencial, terapia comportamental, entre outras, que são diferentes no que diz respeito aos seus objetivos, linhas teóricas, duração, técnicas e estratégias utilizadas, entre outros aspectos.


Devido à variedade de psicoterapias disponíveis atualmente e ao grande número de profissionais que atuam sob o título de psicoterapeutas, é fundamental se atentar a alguns pontos importantes ao buscar tratamento psicoterapêutico. Entre eles, a qualificação do profissional escolhido. 


É essencial que as pessoas tomem cuidado com praticas pseudocientíficas que, muitas vezes, se apresentam como psicoterapias eficazes, prometendo curas milagrosas e soluções instantâneas para todos os seus problemas. Ao contrário do que comumente ouvimos no senso comum, não é melhor “fazer qualquer terapia do que não fazer nada”. Há a possibilidade de intervenções inadequadas levarem à piora do quadro ou causar efeitos colaterais durante o processo terapêutico.


A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é o modelo psicoterapêutico mais estudado hoje em dia pela ciência contemporânea no mundo. Sendo recomendada, por ter comprovação de eficácia, para diversas queixas e transtornos, como: depressão, transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), fobias, transtornos alimentares, abuso de substâncias, transtorno bipolar, transtorno de estresse pós-traumático, entre outros. Mas não só, a TCC também pode ser aplicada para melhorar outros aspectos, como: problemas de relacionamento, lidar com o luto, dificuldades de aprendizagem, autoestima e muitas outras questões. 



Quais são os aspectos positivos em escolher a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)?


  • Eficácia comprovada tanto para problemas psicológicos quanto para uma grande variedade de questões. É baseada em evidências científicas, respaldada por estudos quanto à sua eficiência e eficácia, proporcionando um tratamento efetivo aos pacientes;

  • Promoção do autoconhecimento, seja através do aprendizado de como nomear, compreender e regular as emoções, sentimentos ou de se tornar consciente dos seus próprios padrões de pensamentos e comportamentos;

  • Identificação e modificação de pensamentos disfuncionais com a ajuda de ferramentas específicas da psicoterapia para a promoção de mudanças comportamentais duradouras;

  • Fortalecimento da autoestima e da autoconfiança. Durante a terapia é possível identificar e modificar possíveis  crenças de desvalor. Além de poder promover o reconhecimento, desenvolvimento e expressão das principais forças e virtudes;

  • Ajuda no processo de identificação de valores e aspirações, no planejamento de metas e objetivos baseado no que é realmente importante para o paciente, em prol de uma vida significativa conectada com valores; 

  • Melhoria nos relacionamentos interpessoais através do desenvolvimento de habilidades sociais, favorecendo relações mais saudáveis;

  • Aprendizado de ferramentas e técnicas como habilidades de resolução de problemas, técnicas de relaxamento, mindfulness, entre outras;

  • Desenvolvimento de resiliência e habilidades para lidar com possíveis problemas/desafios no futuro.


Em um trabalho colaborativo terapeuta-cliente é possível atingir diversos ganhos durante o processo terapêutico pela TCC. Ela é altamente adaptável para atender às necessidades individuais de cada cliente, considerando o contexto, as características e as expectativas do paciente. O objetivo da TCC é com que o cliente não precise da psicoterapia para sempre, mas sim até que as metas estabelecidas sejam atingidas ou até que o mesmo já se sinta pronto para seguir sozinho, sendo seu próprio terapeuta, utilizando todas as ferramentas aprendidas durante o processo psicoterapêutico. 



Fazer psicoterapia NÃO é sinônimo de fraqueza; pelo contrário, o processo de psicoterapia nem sempre é fácil e muitas vezes exige enfrentamentos pessoais significativos. A mudança que pode ser obtida durante o processo de psicoterapia é gradual e pode levar tempo. É um processo que requer comprometimento, comunicação honesta, confiança e desejo sincero de fazer mudanças. Não ter receio de expor os próprios sentimentos, pensamentos ou comportamentos é essencial para se alcançar os objetivos terapêuticos estabelecidos e para que o processo seja efetivo. Uma boa relação terapêutica é fundamental para um bom andamento da psicoterapia, por isso a necessidade de se trabalhar junto colaborativamente. Vale lembrar que nesse espaço a escuta é livre de julgamentos e de críticas, além de ser protegida pelo sigilo profissional. 


Procurar ajuda não é – e não deve ser - sinônimo de vergonha ou fracasso. Não é preciso lidar com tudo sozinho. Se você está buscando ajuda profissional para seu auxílio e cuidado, não adie essa procura. Cuidar da saúde mental também é uma forma valiosa de autocuidado!


Agendamento de sessão de psicoterapia presencial ou terapia online
 

Texto elaborado por: Talia Fernandes Lopes. Psicóloga formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trainee do Instituto Carioca de TCC - FOCO.


Recomendação de sites:


Referências:

BBC NEWS BRASIL (2023). Por que o Brasil tem a população mais depressiva da América Latina. Disponível em: https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/11/06/por-que-o-brasil-tem-a-populacao-mais-depressiva-da-america-latina.ghtml. Acesso em 8 de abril de 2024.


BECK, Judith S. (2022). Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 3.ed. – Porto Alegre: Artmed.


CORDIOLI, A. V.; GREVET, E. H.(Orgs.) (2019). Psicoterapias: abordagens atuais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed.


DOBSON, Deborah J. G.; DOBSON, Keith S. (2017). Evidence-based practice of cognitive-behavioral therapy. 2. ed. New York: The Guilford Press.


MINISTÉRIO DA SAÚDE (2022). Na América Latina, Brasil é o país com maior prevalência de depressão. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/na-america-latina-brasil-e-o-pais-com-maior-prevalencia-de-depressao. Acesso em 8 de abril de 2024. 


ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (2022). Pandemia de COVID-19 desencadeia aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/2-3-2022-pandemia-covid-19-desencadeia-aumento-25-na-prevalencia-ansiedade-e-depressao-em. Acesso em 7 de abril de 2024.


WENZEL, Amy (2021). Handbook of cognitive behavioral therapy: Overview and approaches. v.1. Washington, DC: American Psychological Association. 


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