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Como a TCC pode favorecer a melhora da autoestima?

Atualizado: 22 de abr.

Muitos clientes que apresentam sintomas depressivos / ansiosos, queixam-se por:

  • Não confiarem em si mesmos;

  • Não se verem capazes de fazer coisas que consideram ser importantes;

  • Ficarem inseguros ao precisarem fazer escolhas / tomar decisões;

  • Faltar motivação para criarem novas expectativas ou apresentar dificuldade para dar início a novos projetos;

  • Terem dificuldade para interagir de forma mais aberta e autêntica com outras pessoas, especialmente por serem hipersensíveis à possibilidade de crítica ou rejeição.


Nestes casos, fica muito claro que uma questão a ser trabalhada é a autoestima. Vamos entender aqui autoestima como sendo o valor que atribuímos a nós mesmos. O cuidado com a autoestima requer atitudes voltadas ao autoaconhecimento, autorrespeito / autocompaixão e autoaceitação.

Na prática da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é essencial levar em consideração os estudos de diversos importantes pesquisadores / psicoterapeutas, os quais nos explicam que a autoestima está associada ao autoconceito. Nosso autoconceito está muito atrelado ao senso de autoeficácia. Vamos entender melhor como se dá essa correlação?

Aaron Beck e Albert Ellis dedicaram-se a nos explicar que é a forma como interpretamos a situação que influencia nossos sentimentos e não a situação em si. Para estes, a autoestima está diretamente relacionada a como nos autodefinimos. O autoconceito tem a ver com as crenças que temos a respeito de nós mesmos.

Beck nos ensina a identificar e tentar reestruturar o modo de pensar negativista/pessimista que nos leva a um cenário recheado de insegurança, angústia e autorrecrinação. Estes pensamentos costumam ser ativados de forma automática em função de crenças que podemos ter a respeito de nós mesmos: crenças de desamor (“não sou amável”, “serei rejeitado”, “sou um desajustado”...); crenças de desamparo (“sou frágil/fraco”, “sou vulnerável”, ...); ou crenças de desvalor (“sou um nada”, “sou um lixo”, “não tenho valor”,...)

Vale destacar que, além de identificar e debater as crenças irracionais, Ellis foi influenciado pelo trabalho de Karen Horney, que enfatizava que o sofrimento humano se deve em grande parte à tirania dos deveria (“deveria...”/ “não deveria...”). Neste caso, estamos ativando pensamentos com verbos conjugados no futuro do pretérito. Se isso acontecer com frequência, haverá grande sofrimento psíquico. Há uma autorrecriminação excessiva, visto que estamos revisitando uma situação que já passou e nos comportando mentalmente neste lugar.

Estudos em psicologia positiva, orientados por Martin Seligman, confirmaram que tendemos a apresentar baixa autoestima quando, ao vivenciar adversidades, nos responsabilizamos em excesso pelo que aconteceu, não reconhecendo diversas outras variáveis, não controláveis por nós, que influenciaram para o ocorrido. Além disso, a psicologia positiva incentiva muito para que, na prática clínica, além de identificarmos limitações/dificuldades para tentar melhorar, que reconheçamos valores, forças, virtudes e competências.

Albert Bandura, por sua vez, destacou que nosso autoconceito é diretamente influenciado pelo senso de autoeficácia. Autoeficácia diz respeito a convicção de que somos capazes de fazer/realizar/atingir algum resultado. Pela perspectiva de Bandura, se nós entendemos que somos capazes de fazer / realizar / lidar com coisas que consideramos importantes em nossa vida, nossa autoestima será maior.

Para auxiliar na melhora da autoestima de nossos clientes não podemos deixar de estudar o que nos fala a Terapia Focada na Compaixão. Paul Gilbert propõe diversas práticas experienciais com o intuito de desenvolver um estado de autotranquilização, maior conexão com o momento presente, aceitação, postura mais empática (consigo mesmo e com os outros), expressões faciais e tom de voz compassivo. Neste caminho podemos reduzir a autorrecriminação e nos tornar mais integrados ao senso de autoidentidade.

A TCC apresenta diversas possibilidades de ferramentas para nós, terapeutas, conseguirmos avaliar, ajudar no processo de autoconhecimento e direcionar para mudanças que proporcionam maior bem estar subjetivo. Para favorecer a melhora da autoestima é essencial que haja: a construção de um bom vínculo terapêutico, o incentivo ao trabalho colaborativo com o cliente, além da expertise do terapeuta, para que o mesmo faça de forma adequada a escolha e aplicação das estratégias / intervenções.

Texto elaborado por:

- Rafael Thomaz. Doutor em saúde mental. psicólogo clínico, professor e pesquisador.

- Bruna Letícia Silva. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental. Psicóloga clínica.

 

Referências:

  • Bandura, A.; Azzi, R.; Polydoro, S. (2008). Teoria Social Cognitiva: conceitos básicos. Porto Alegre,RS: Artmed.

  • Beck, A. (1997). Terapia Cognitiva da Depressão. Porto Alegre,RS: Artmed.

  • Lipp, M.; Lopes, T.; Spadari, G. (2019). Terapia Racional-Emotiva Comportamental na teoria e na prática clínica. Novo Hamburgo, RS: Sinopsys.

  • - Paul Gilbert. (2020). Terapia Focada na Compaixão. São Paulo, SP: Hogrefe.

  • - Seligman, M. (1991). Aprenda a ser otimista: como mudar sua mente e sua vida. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva.

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